Em "portugueis" [sic] não nos entendemos

07-Dez-2006. Página da marca My Guide. Isto é um "sistema do navigacão satelito" [sic]. Os alemães, como os franceses, como os espanhóis, não nos devem ter muito em conta, para julgarem que engolimos tudo o que nos atirarem para a frente dos olhos, sem nos queixarmos.

PS E em "portugueis" [sic] me despeço por este ano. Foram 393 cromos em 2006, mais ou menos o ritmo dos anos anteriores. Para 2007 continuarei a aumentar esta colecção, com a promessa de (ter de) ser ainda mais selectivo por causa da quantidade cada vez maior de erros que me chegam. Se em 2006 deixei de atender a gralhas inofensivas, para 2007 vou começar a ignorar também algumas faltas de acentos. Não deixam de ser erros, eu sei, mas esta colecção não pode ser exaustiva, sob pena de serem os leitores a ficar exaustos. Vou continuar a apontar alguns grandes momentos de manipulação da língua pelos mestres do marketing nacional, e espero ainda colocar algumas curiosidades linguísticas sem terem nada a ver com erros. Boas entradas!

Regalo para os olhos

07-Dez-2007. Email recebido do canal de TV por cabo France 24. Os franceses, como os espanhóis, não nos devem ter muito em conta, para julgarem que engolimos tudo o que nos atirarem para a caixa de correio, sem nos queixarmos. A mensagem deste email cumpre exactamente a promessa do seu título: é um regalo ver tanto erro junto, de tanta variedade.

Ressabiado? Nah...

05-Dez-2006. Capa do número de Dezembro de 2006 da revista "FHM", do grupo de Balsemão. "50 blogues nacionais que valem a pena visitar" [sic]. Não dizem se são os melhores blogues, apenas dizem que vale a pena visitar aqueles 50, embora o digam com erro. Correcto seria: "50 blogues que valem mesmo a pena" ou "50 blogues que vale mesmo a pena visitar".

"Apreenção" [sic]

30-Nov-2006. www.correiodamanha.pt. Uma única cópia do Flip aplicada ao sistema de publicação do Correio da Manhã, e tanta vergonha que eles podiam evitar. Que a sua aquisição seja o desejo para 2007 de Paulo Fernandes, dono da Cofina, dona do jornal.

Porquê dois sexos?

30-Nov-2006. Cartaz na montra da loja Off Limits, centro comercial Odivelas Parque. Para esta loja, bastaria que existisse apenas o sexo feminino, com o benefício adicional de que nesse caso eu não andaria por cá e, assim, não poderia denunciar esta situação.

Diferimento/deferimento

30-Nov-2006. "Diário de Notícias". Palavras parónimas: quase homógrafas e quase homófonas, mas não sinónimas. É o caso do par deferimento/diferimento.

O sapo engasgou-se

28-Nov-2006. Jogo online no portal Sapo, enviado por uma amiga.

"Uma maneira de se estar juntos" [sic]

28-Nov-2006. Expositor da marca italiana de cadeirinhas Slex Brevi, nas lojas de roupa infantil Zippy. Não têm culpa os italianos por escreverem "uma maneira de se estar juntos" [sic] ou não saberem para que lado caem os acentos; a culpa é dos hipermercados Continente (a que estas lojas pertencem) por aceitar expositores nestas condições.

De pequenino...

28-Nov-2006. Lojas de roupa infantil Zippy, da Modelo Continente, da Sonae. Parabéns aos senhores do Continente por terem decidido decorar esta cadeia de lojas com frases em letras GRANDES. É certamente para as criancinhas não terem problemas em lê-las à distância (agora que o inglês se aprende na Primária, isso já não é problema).
Nota: devido à época, escrevi esta mensagem com espírito de boa vontade. Nah, mentira, escrevi mesmo com sarcasmo.

Coordenadas para o erro

28-Nov-2006. Aparelho GPS Garmin Nüvi 660. Custa 600 euros e mesmo assim parece que não chega para rever os erros.

Grandes momentos do jornalismo nacional

28-Nov-2006. Jornal Record. Fiquei logo desconfiado com um número tão "perfeito", estes 2-2-2-km/h de velocidade. Cortesia do hipermercado Jumbo, pude ler a notícia gratuitamente: o jogador estava a 16,5 m da baliza e a bola demorou 0,28 s a entrar. Trouxe estes dados para casa e o Google fez-me a conta. O resultado já se estava a ver, não dá 222, dá 212 km/h, pelo que presumo que os "222" foram inventados para vender mais jornais e não para provar que só vai para jornalista quem é um zero a matemática.

Boas Festas I

21-Dez-2006. Postal de Natal da agência View. Vou despachar um par de cromos que tenho aqui sobre o Natal, para depois poder entrar em jejum até à consoada. Este cromo é lindo, mas não é pelo céu estrelado. É pelo "voçê" [sic] e é pela infelicidade de terem caído os caracteres acentuados no título da página e ter resultado um "mais no cu" [sic]. Boas festas I!

Boas Festas II

21-Dez-2006. Passatempo de Natal da Nokia, pela agência italiana Fullsix, do grupo gigante da publicidade WPP. Para quem não sabe decorar uma árvore de Natal, a Nokia dá as "instrucções" [sic]. Boas Festas II - voltarei de barriga cheia!

Estofos "profiçionais" [sic]

25-Nov-2006. www.estofosmendes.com, enviado por um amigo.

Grandes momentos do marketing nacional

25-Nov-2006. Catálogo da cadeia de lojas The Phone House. Em nome de todas as operadoras móveis (e são TODAS) que têm planos de preços "sem assinatura" ou "sem carregamentos obrigatórios" mas que obrigam a um consumo mínimo periódico, aqui vai este exemplo da Yorn. Não tem carregamentos obrigatórios, mas é obrigatório fazer carregamentos. Faz-me lembrar essas discotecas da juventude, em que o consumo não é obrigatório, mas é obrigatório pagar o consumo...

Grandes momentos do marketing nacional

25-Nov-2006. Anúncio de imprensa da megaloja espanhola El Corte Inglés. Sem dúvida por causa do Natal, tenho para aqui uns tantos cromos publicitários com disparates não de forma mas de conteúdo, pelo que vou iniciar uma série de cromos com o mesmo título. E nada melhor para começar do que o ECI (posso abreviar?) a pedir-me que pague a "12 meses sem juros", sendo que "sem juros" neste caso significa uma TAEG de 17,32%. Bendita lei que protege o consumidor, é tal a ânsia de atirar à cara com os "sem juros" que depois sai esta coisa incongruente.

"Sadr City" [sic], cidade iraquiana

24-Nov-2006. "Diário de Notícias", enviado por um amigo. Uma cidade chamada "Sadr City" no Iraque... Ora se eles falam árabe e não inglês, ora se eles até parece que odeiam mais que amam os americanos, iam lá dar um nome inglês a uma cidade sua? Claro que não, erro do/a jornalista. Em português, "cidade de Sadr" ou só "Sadr" se não se prestar a confusões com outras Sadr que para lá haja.

Já chegámos à Turquia?

24-Nov-2006. Loja Toys'R'Us, Lisboa. O "s-de-cedilha" (ş) é uma coisa rara - é preciso ir até ao alfabeto turco para o encontrar. É espantoso como a Toys'R'Us tem tanta dificuldade em escrever com caracteres portugueses, e depois sai-se com esta que deveria ser ainda mais difícil. Ai como me apetecia dar outro prémio "Orelhas de Burro" à Toys'R'Us... Talvez para o ano.

Prémio "Orelhas de Burro 2006"

23-Nov-2006. Restaurantes Pizza Hut, da minha "querida" Ibersol. Como estamos em época de balanço e prendas, também tenho aqui uma prendinha, ou melhor, um prémio. O júri unipessoal do Obsecado [sic] deliberou por unanimidade e aclamação atribuir o prémio "Orelhas de Burro 2006" à sua (minha) "querida" Ibersol, pela quantidade aparentemente inesgotável de cromos que insiste em desinteressadamente oferecer a esta colecção. Em nome dos cromos já publicados, a que acresce agora este (um cromo notável, notável), chamo agora ao palco os srs. Alberto Teixeira e Pinto de Sousa, donos da Ibersol, que farão o favor de partilhar o exemplar único da coroa (uma orelha em cada um deve ser suficiente). Por favor não comecem agora a zurrar de alto por terem recebido este prémio porque quero que os senhores, para o ano, com a mesma humildade que têm demonstrado, recebam o prémio especial de carreira pelos muitos cromos com que ainda nos hão-de presentear.

Nota da Organização: o Prémio "Orelhas de Burro" é atribuído anualmente à personalidade que mais se distinga no fornecimento de cromos para a colecção do Obsecado [sic], e é constituído por uma coroa de papel com duas orelhas espetadas, que o vencedor usa durante o seu discurso de aceitação do prémio, naturalmente virado para a parede, como se fazia no tempo em que se ensinava a sério na Primária e os alunos tinham mesmo vontade de aprender para não se sujeitarem a estas figuras.

Uma livraria que vende "books"

23-Nov-2006. Livraria Bulhosa, centro comercial Oeiras Parque. Já o actor José Pedro Gomes se tinha referido a este cromo na sua crónica na TSF. Ainda por cima uma livraria, sinceramente!

A culpa é do latim

22-Nov-2006. Noticiário RTP1. Olhando para outras línguas, não nos podemos queixar muito de que o português escrito seja difícil para quem o fala. Com algumas regras básicas bem aprendidas e apreendidas, consegue-se deduzir como escrever qualquer palavra que se ouça pela primeira vez. Já o inglês, por exemplo, é terrível: ontem ouvi aprendi que gauge (mostrador) rima com cage. Quem é que, ouvindo "gage", iria escrever "gauge"? Ou então, o caso do plural de woman (mulher): depois de ouvido algo que soa a "uímin", quem é que iria adivinhar que se escreve "women"?

A explicação para o facto de ser fácil escrever em português mas não em inglês tem a ver com a evolução da língua e com a fixação da forma escrita - pelo que li, o inglês fixou a forma escrita muito mais cedo que o português, e como a língua falada evolui constantemente, o inglês falado diverge cada vez mais do escrito. O português escrito tem vindo a ser actualizado por decreto-lei e assim se tem mantido mais ou menos em paralelo com a forma falada.

E no entanto, as coisas podiam ser ainda mais fáceis, não fosse o respeito pela etimologia. Entrando finalmente no erro deste cromo, quem escreveu "pretenções" [sic] não fazia tenção de errar, precisamente porque devia pensar que onde há tenção, há "pretenção"... Mas não, a verdade é que na nossa língua há tenção, mas também há tensão e ainda há pretensão, e cada uma destas três palavras tem raízes etimológicas distintas no latim: tenção/tentione, tensão/tensione, pretensão/praetensu. Bem pode o estagiário da RTP dizer que a culpa pelo erro que deu é do latim...

Fuzileiro "espacial" [sic]

20-Nov-2006. Jornal "Correio da Manhã", enviado por um amigo. Terceira linha do texto da esquerda.

Poderoso ou potente?

21-Nov-2006. Publicidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, produzida pela agência italiana Fullsix. Não sei se em italiano um Ferrari tanto é poderoso como potente. Mas, em português, há uma diferença um pouco menos que subtil entre potente (que tem potência) e poderoso (que tem poder).

Panda preguiçoso

20-Nov-2006. Canal Panda, um canal de TV por cabo feito em Espanha, por espanhóis, para crianças portuguesas; cromo enviado por um amigo. Não sei que tipo de excrementos produz um panda, por isso perdoem-me se estiver errado ao chamar bosta a este exemplar de portunhol.

Desminto este cromo

20-Nov-2006. Jornal "A Bola", enviado por um amigo. Não sei se este senhor disse ipsis verbis o que está no título da notícia, mas como ele é pouco letrado até acredito na falta da preposição em "de que me acusam". Aproveito para agradecer publicamente ao mesmo senhor ter-me ensinado como fugir aos impostos, e afinal era tão fácil - é só fazer isto: a) antes de trabalhar para alguém, tornar-me amigo dessa pessoa; b) colaborar com essa pessoa a título da nossa amizade; c) pedir a essa pessoa que faça um "donativo" para uma empresa off-shore que não pague impostos, e de que não se conheçam os donos mas da qual eu seja procurador com todos os poderes. Eu não trabalhei, eu não recebi, como é que querem que pague IRS? Arre, só agora depois de reformado é que me dizem que é assim que se faz?
PS Convém não gastar o "donativo" todo e deixar uma reserva para bons advogados.

Ficar até mais não

20-Nov-2006. Noticiário RTP1, enviado por um amigo. Muito bom olho tem este amigo, que viu aqui uma frase feita que, vai-se a analisar, está semanticamente (isto é, no sentido) errada! Não pode haver presença "até ser necessário"; ou é "enquanto for necessário" ou é "até NÃO ser necessário". "Viver até morrer" é o lema que ofereço a quem serve estas coisas a centenas de milhares de espectadores todos os dias.

Pequenos grandes erros

20-Nov-2006. DVD "Pequenos Grandes Herois [sic]", editado por Filmes Unimundos. Se for tão bem falado em português como foi escrito o título, coitadas das crianças que receberem esta coisa no Natal.

Vinho cor-de-laranja

19-Nov-2006. Vinho verde Lagosta, das Caves Dom Teodósio; enviado por um amigo, que eu não bebo. A "lagosta" não se torna "côr laranja" [sic], torna-se cor-de-laranja. E obrigado pela referência aos sulfitos (mas não foi voluntária, pois não?), porque podem causar graves reacções alérgicas em algumas pessoas.

"Caraibas" [sic]

19-Nov-2006. Decoração das montras das agências de viagem "Best Travel Operated by TAP Tours". Repare-se no nome, nem uma palavrinha portuguesa. Esta TAP será a nossa TAP, a TAP que é do Estado, dos portugueses? A TAP a mandar-nos para as "Caraibas" [sic]... Ou então, Caraibas é o nome de uma cidade em Cuba, como Havana, e já está tudo bem (só na decoração, que o nome continual mal).

E tu, queres voar daqui para longe?

19-Nov-2006. Campanha publicitária do BCP, protagonizada por um "jovem" de 24 anos que faz de atrasado mental porque deve julgar que assim desce ao nível dos jovens a quem se dirige. Se eu fosse jovem, ficaria seriamente ofendido, não com os truques deste indivíduo, mas com o banco, por me estar a tratar com uma condescendência que não lhe fica nada bem, quer no conteúdo do discurso, quer na forma como o apresenta (com o alfabeto "sms" e tal). De qualquer maneira, é ao banco que tenho de agradecer por, na pergunta do cartaz, não ter separado o vocativo "tu" com vírgula, como é obrigatório, porque assim pude falar desta campanha que, além da ofensa, não tem graça e é enjoativa de tanto ouvir o rapaz a dizer sempre a mesma anedota.

Perder peso, até na cabeça

18-Nov-2006. American Lifestyle, enviado por uma amiga. Deixemos que este sítio se apresente a si próprio: "Bem-vindos a American Lifestyle! .Aqui encontrasse os produtos "Top USA" que são enviados diretamente de América a Você. . Os preços de nossos produtos estão valorizados em Dólares USA. Pode comprovar o custo de seu compra em sua moeda nacional com o Convertidor em divisas. O Serviço ao cliente é nossa prioridade número 1! As compras se envian ao seguinte dia laborável. Se Voce reside em USA, seu pedido lhe chegará em 1-3 dias. Para pedidos internacionais 7-11 dias."

"Triologia" [sic]

17-Nov-2006. Email recebido dos hipermercados Jumbo. Mais uma "triologia" [sic], a juntar às que juntei na série anterior. Um dia esta palavra será dicionarizada, mas o Jumbo não tem o direito de fazer campanha por isso.

"Dispôr" [sic]

19-Nov-2006. Lojas Vobis, da Sonae. O Continente demorou sete anos a corrigir o "dispôr" dos cartões de identificação dos seus funcionários (e só o fez porque mudou de imagem e teve de fazer cartões com novas cores). Será que a Vobis vai continuar ao nosso "dispôr" [sic] enquanto não mudar também de imagem?

Perder a face

17-Nov-2006. www.facebox.com, enviado por uma amiga. O Google é que a sabia: apesar de ter mundos e fundos à sua disposição, pediu aos seus utilizadores que fossem eles próprios a traduzir o sítio para as suas línguas; cada pessoa podia participar, corrigindo ou acrescentando o que quisesse. É o sistema da Wikipedia. Porque é que o Facebox não faz o mesmo? Não só poupava dinheiro como já não tinha de passar por esta vergonha que aqui se apresenta.

"Está de oferta" [sic]

13-Nov-2006. Mupi a publicitar a companhia aérea Easyjet. Estar de vs. estar em: é complicado, mas aqui é um caso em que a prática da língua ajuda a distinguir o que fica bem do que fica mal, e este é um caso de espanhol mal traduzido por alguém que não tem prática da língua.

E ainda há o low cost que ficou por traduzir...

Ainda não estou cego...

13-Nov-2006. "Extenção" [sic] de Oftalmologia do Centro de Saúde da Alameda, Lisboa. A precisar de uma receita para mudar de óculos, foi aqui que me dirigi para a consulta, dois anos depois de a ter marcado (a sério, mas também só paguei 2,05 euros - digamos que a relação custo/tempo de espera é merecida). A minha sorte é que durante este tempo não fiquei cego, pelo que ainda consegui descobrir este erro (e tirar a foto à socapa, que a senhora da recepção não era nada simpática e ainda me mandava embora de castigo se descobrisse o que eu queria fazer, e depois lá tinha de fazer nova marcação e eram mais dois anos de espera).

"Muitas das milhares de pessoas" [sic]

12-Nov-2006. Blogue do Provedor do Leitor do Público. Pode-se dizer "muitas das milhares de pessoas"? Não, porque logo à partida não se pode dizer "as milhares", já que milhar é masculino. Tenho duas hipóteses de correcção:
1. "Muitas dos milhares de pessoas", com um subentendido pelo meio: "muitas pessoas dos milhares de pessoas". Não gosto, é uma frase mal construída, com redundâncias, e talvez por isso não esteja de todo correcta.
2. "Muitos dos milhares de pessoas". Formalmente inatacável, mas tem um problema: tem de ser mais que um milhar de pessoas. Se o autor queria referir-se a "muitas pessoas" mas menos que mil, então ou voltamos à primeira hipótese ou o melhor é reescrever completamente a frase.

Acentos "all'italiana"

12-Nov-2006. Anúncio de imprensa do restaurante Luca, Lisboa, enviado por uma amiga. Não é pela "consumação", que o dicionário diz que é o acto de consumar, que diz que é consumir alimentos; é pelos acentos: consumàcao, incluido, segunda à sexta.

Este erro também tem prémio

12-Nov-2006. Publicidade de ponto de venda a um equipamento da holandesa Philips. "Premio europeo" [sic] soa-me mais a prémio espanhol.

O meu nome é "Mágueda" [sic], não se engane!

11-Nov-2006. Programa "Essência", SIC Mulher. Peço desculpa pela muito má qualidade da foto, mas vale sempre a pena quando se trata de apanhar uma "Mágueda" [sic]! Claro que, sendo os nomes próprios de grafia livre (dentro de certos limites), até pode ser que a senhora se chame mesmo Mágueda e que tenha passado a vida toda a dizer o seu nome por extenso: "Mágueda com g-u-e, não se engane a escrevê-lo se faz favor". Como não acredito nessa hipótese, e porque a solução tende sempre a ser a hipótese mais simples, então alguém escreveu mesmo mal o nome da Dona Magda.

Pistas curtas

11-Nov-2006. Pista de automóveis "Super Speed - circuito 5 m", importada pelos hipermercados Modelo e Continente. A pista tem dois comprimentos: 500 mm e 5 m. Venha o freguês e escolha. Uma coisa é certa: se forem mesmo os 500 mm, será um Natal de pistas curtas.

"Disbuição" [sic]

09-Nov-2006. Painel no Museu da Electricidade. Uma gralha, esta "disbuição", provocada por uma aliteração - repetição sucessiva da letra i, que faz com que o cérebro perca a conta e não repare que saltou uma das sílabas. É a minha teoria, pelo menos.

O brinde é à escolha, freguês!

08-Nov-2006. Expositor da marca de "pilas/pilhas" Energizer, habitual fornecedora de cromos para esta colecção. Aqui está mais um, na tradição bilingue (espanhol/portunhol) desta marca, mas desta vez não foi o colossal "gratis" apenas em espanhol que me chamou a atenção, foram as "pilas" ao lado das "pilhas". Como não dá para ver de imediato que o cartaz está em duas línguas, até parece que "pilas" e "pilhas" pertencem à mesma língua, a qual, coniderando o lado da fronteira em que estamos, só pode ser o português. Será que estas "pilas" e a "perna extra" do fiambre do Pingo Doce estão relacionadas?

Erro a nu

07-Nov-2006. DVD "Testemunha a Nú [sic]", editado pela Columbia TriStar Warner Portugal. Porque é que eles puseram o acento? Como é que eles julgam que pronunciariam nu, sem acento? Será possível pronunciar nu de mais do que uma maneira, para que se justifique o recurso ao acento para distinguir uma dessas maneiras? Pois, é este o raciocínio que se deve aplicar quanto à colocação de acentos - se não são necessários, então não se colocam.

Qual é a perna extra?

06-Nov-2006. Embalagem de Fiambre da Perna Extra, do Pingo Doce, enviada pelo amigo Sorumbático. Para quem pensava que cada porco tinha apenas duas pernas, afinal havia outra, que é servida em fatias finíssimas. E assim se perde o apetite.

Que nos acuda outra santa!

06-Nov-2006. Email promocional enviado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, concessionária exclusiva dos jogos de apostas mútuas (e a Bwin a rir-se). Como é exclusiva, faz o que lhe apetece, como estes jogos "Photo Trivia" que oferecem um "mouse pad" (que, estranhamente ou não, se parece com um tapete de rato). Não é a primeira vez a Santa Casa me escreve em inglês. Infelizmente, como não acredito em santos nem milagres, temo bem que também não seja a última porque não há outra santa que possa vir em nosso auxílio.

Descarga já!

02-Nov-2006. Publicidade aos álbuns Hofmann, afixada nas lojas Chip7. São quatro os erros neste cartaz: "album", "camara", "fácilmente", e o mais grave: "descarga", certamente forma do verbo "descargar". Por aqui se vê que a Hofmann é espanhola, mas a Chip7 é que é a responsável porque se ela não permitisse, o cartaz não era afixado.

Sedear e sediar

27-Out-2006. www.infopedia.pt, da Porto Editora. Não sei se a Porto Editora, sediada (com sede) no Porto, tem algum produto do género do Flip da sua concorrente Priberam, sediada em Lisboa. Se não tiver, então o melhor é mesmo comprar um Flip para que erros como o deste cromo possam ser sedeados (limpos com pano ou escova de seda, entre outros possíveis significados).

Anúncio legal, porém ilegal!

25-Out-2006. Cartaz/tapume no centro comercial do Campo Pequeno, Lisboa. A Niterói é uma empresa brasileira que representa algumas insígnias de lojas de moda - legal! Este anúncio solicita só "mininas" para uma loja a abrir - ilegal!

Erro documentado

24-Out-2006. Festival "Doclisboa", Lisboa. "Benvindos" [sic] a um festival para o qual só teria elogios a fazer, não fosse esta infeliz (e inestética) imagem projectada antes de todas as sessões.